26 abril 2008

Gente

Gosto de gente simples
que sabe rir sem medo
que ama como por instinto
naturalmente...
Gente livre, pessoa
que sabe ficar à toa
e dá valor
ao que só por existir é belo
que vela o sono das noites
e sorri quando vem o dia...
Gente que vive porque há vida
simplesmente...

Clarisse Lourenço

19 abril 2008

Desacato

Desacata a minha voz
Um nó em nós
Impulso desmedido de uma dor
Que me passa na pele cansada
Ao pé do ouvido, escondido
Sussurros
Esse rascunho sempre inacabado
Presente mal comprado
Pela palma da mão
Um ponto final e depois mais dois
Direção de atalhos cortados
Retalhos sem costura
Desmesura
Mistura isto naquilo
Que é tão triste
Por que é tão lindo
Retro-sonho
Anacrônico
Inventa um caminho
Pra continuar
No chão das memórias futuras
Aquilo que não se viveu
Desacata a minha vida…


Clarisse Lourenço
(ao poeta sem palavras)

18 abril 2008

Ponto com Nó


Quando a música entra, penetra, sem pedir licença... uma desavença entre a paixão e o amor. Acontece qualquer coisa que aquece, que embeleze a vida a melodia em poesia da canção, e traga à pele uma relevância de emoção... um Ponto com Nó... na garganta, espanta a dor em vão e traz uma avença entre a paixão e o amor. Ponto com Nó, um dia só, só todos os dias, para que haja valor...


Para que haja valor
(Guido Martini/Gabriel Tauk)

Para que haja valor
Tem que deixar no ar um certo frescor
Um sopro leve,
Que leve a pele a sentir calor
Para que pare nas praças
E caia nas graças de alguém distraído
Tem que fazer sentido ao pé do ouvido
Seja lá o que for
E se for de amor
Que fale ao menos pelo tom da poesia, bonita
Das promessas da vida
Traga um livro com memórias esquecidas
Perdidas… Bonitas… Perdidas
Para achar solução
Tem que buscar o ar, encher o pulmão
Pois só consegue quem cega e segue a intuição
Para que tome as praças e devolva a graça
O sangue e o pão
Tem que ser sentido, sonhado, sofrido
Suado o perdão
E se for de lutar
Que seja sempre pelo som da melodia, bandida
Das promessas de um livro
Traga à vida as ideias esquecidas, vendidas, bandidas
Vendidas
E se for de amor
Que fale ao menos pelo tom da poesia
Das promessas da vida
Traga um livro com memórias esquecidas
E se for de lutar
Que seja sempre pelo som da melodia
Das promessas de um livro
Traga à vida as ideias esquecidas
Bonitas… Perdidas… Bandidas… Vendidas

(obrigada por essa "avença", seu moço Guido!)