06 dezembro 2007

Café engorda...e daí?

Fonte da Juventude


Rita Lee



Quanto mais a mulher jura Gostar de homem erudito Tanto mais ela procura Um tipo burro e bonito Pois as pernas que um dia abalaram Paris Hoje são dois abacaxis Se os olhos da Elizabeth Arden, meu bem O que a Helena Rubinstein com isso? Ela passou creme Ruguina Ela usou Anti-sardol Ela fez plástica pra ter cara de menina Mas ela não esfriou o sol Morreu, morreu, com a cara que nasceu Não deu, não deu, pra gostar do que era seu Eu tenho o corpo que pedi a Deus!





"ai, tô tão emocionada...será que vou encontrar Tarcísio Meira?"







::Isso foi só um desabafo e uma homenagem. Tomei muito café por quatro dias seguidos, sempre ouvindo Rita Lee depois do banho.



e quem for trazer o meu café, por favor um capuccino bem grande e cheio de açúcar!

30 novembro 2007

Entender? De amor? Eu não entendo não, viu?! Entender é pensar, “pensar é não compreender”, compreender é sentir… quem sabe…

O que compreendo, ou sinto… hum… parafraseando Tom Jobim:
*Meu poeta sem palavras, não consigo te esquecer
E me vivo nesta cidade com saudades de você…*

Um grande amor nunca morre, nem de morte matada nem de morte murrida! É o eterno começo de si mesmo, que só parece mais forte, mais firme por assim querer parecer que recomeça sem acabar! Arrenego de quem diz que de amor se entende… E você, que viu, é que sabe e compreende e sente… que mais bonito amor nunca existiu do que este…







_Pra mim? Ah… um Mochaccino e um crepe de chocolate com sorvete de baunilha que eu não tô de dieta não! Luana, vai lá por uma canção…
“Arrenego de quem diz que o nosso amor se acabou
Ele agora está mais firme do que quando começou”



Caetano já sabia o que escrevia e você, o que entende disso?




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Opa...aceito sim, mas hoje eu quero um capuccino gelado, sem biscoitos e com adoçante!

29 novembro 2007

Capuccino com Caetano

"Gosto do Pessoa na pessoa, da rosa, no Rosa"

Por que não começar a tomar um bom capuccino parafraseando Caetano?

... Ainda mais quando chego para juntar-me à mesa e degustar um bom biscoitinho junto com C*.

Acho que um abstrato vai muito bem com uma poesia concreta (e uma prosa caótica), mas também tenho certeza que aqui, além da poesia (que está para a prosa), o amor também está para a amizade. (e quem há de negar que esta lhe é superior??).

"E deixa os portugas morrerem à míngua, minha pátria é minha língua"

Eu, você, nós dois...sejamos bem-vindos.

E quem quiser e puder, traga-me com adoçante.

28 novembro 2007

Pessoa na cama

Sob a luz opaca do abajur, Pessoa me espera na cama. Companheiro inevitável dos dias em chuva. Em Poesias - Heterónimos, uma edição portuguesa muito simpática, vou degustando letrinhas fumegantes e sentindo o cheiro afrodisíaco do papel bege... A paixão faz dessas coisas! E Pessoa - por quem nutro uma paixão anacrônica e por isso mesmo platônica - me convida a explorá-lo noite após noite. Noites sinestésicas e loucas ao lado de um histero-neurastênico que me tenta dizer quem é e quem não é para ver se me faz ver quem sou. Irônico ou paradoxal, eis que cá, neste Café Abstrato, venho contar o que ouvi na última noite fresca, quando Pessoa me trouxe perto o amigo Caeiro, jovem loiro de azulados olhos, campesino com um pouco mais que quase nenhum estudo, corpo mais frágil do que aparenta, simplicidade mais profunda do que se pode perceber… Aconteceu que Caeiro, antes que se me passasse as mãos do sono pelos olhos, disse-me:

“O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar..."

Neste momento pasmo, despi-me de toda psicologia aprendida e aprisionada e deixei-me cair em todas as projeções e identificações e outros "ões" possíveis e patologicamente cabíveis, como bêbada em passos trocados seguindo na direção certa, tão certa que se lúcida, pensando bem, não consigo enxergar.

_Faz favor… um capuccino com biscoitos amanteigados mineiros, enquanto espero Luana…