Tenho medo do vento
Da chuva fria que aquece
Do que finjo não ter
De ser, de esqueço, do tempo.
Me apavora a solidão confortável
O barulho vazio
O pingar da água
O vermelho do estio
Onde deito escurecida.
Me apavora o amor que espalho
Sem nem sequer saber que tive…
Essa inocência querida
Essa porção reservada.
Me apavora o que não acredito
O que lembro distante
O que passa apressado
O que não consigo constante
O que me faz achar graça.
Me apavora a pisada
Na terra tão nua
Tão crua de paz.
Me apavora o pensamento preciso
O instante indeciso
O vácuo nos braços
Que se fecharam depois…
Tenho medo do sono
Do sonho bem-vindo
De acordar no domingo
Sem nada nas mãos.
Tenho medo da lua
Da noite mais bela
Da cor amarela
De um girassol.
Tenho medo do pavor
De ter o medo que tenho
E ser medo assim
Amando demais
Perdendo demais
Ganhando mais
Do que cabe em mim…
(e essa vontade de chorar…)
15 junho 2008
...
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4 comentários:
Lindo, como sempre.
Vim por indicação. Como costumo fazer ao procurar novos lugares aconchegantes pra tomar meus capuccinos do dia-a-dia. Me deliciei por aqui... Pela idéia, pelas cores, pelo quentinho dos biscoitos, pelas xícaras desenhadas.
Volto outras vezes.
Prometo.
E tenho medo do que não entendo.
E do que não consigo explicar.
Tenho medo de seguir com medo... e o ciclo se repete. =-)
beijos
"Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior"
Belo, belo e belo.
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